A Igreja Anglicana da Nigéria rompeu os laços com a Igreja Anglicana do País de Gales após a eleição de uma arcebispa lésbica.
O anúncio da decisão foi feito pelo líder da igreja nigeriana, o Rev. Henry Ndukuba, durante a 14ª Conferência de Chanceleres, Registradores e Oficiais Jurídicos da Igreja da Nigéria, que aconteceu de 4 a 7 de agosto, em Abuja.
Em seu discurso, Ndukuba afirmou que a eleição da Bispa Cherry Vann, que se identifica abertamente como lésbica, como a 15ª Arcebispo do País de Gales foi “uma abominação” e um grave afastamento da verdade bíblica.
“Rejeitamos a eleição da Reverenda Cherry Vann como Arcebispo do País de Gales”, afirmou o líder.
Relativização dos princípios bíblicos
Henry Ndukuba lembrou que em 2003, a Igreja da Nigéria também rompeu com a Igreja Episcopal dos Estados Unidos após a consagração de Gene Robinson, uma líder lésbica.
“Assim como a Igreja da Nigéria tomou medidas após a eleição de Gene Robinson nos Estados Unidos, estamos cortando todos os laços e relacionamentos com a Igreja do País de Gales”, informou.
Logo depois da eleição da Bispa Cherry Vann em 30 de julho deste ano, a Igreja da Nigéria divulgou uma nota condenando a ordenação.
Vann, que serviu como Bispa de Monmouth nos últimos cinco anos, falou publicamente sobre seu relacionamento homossexual de 30 anos. Ela revelou que, durante grande parte de seu ministério, a relação permaneceu em segredo.
Ndukuba criticou a relativização dos princípios bíblicos na Igreja Ocidental. “Esses indivíduos não cederam em sua agenda maligna; em vez disso, eles o intensificaram. O que eles chamam de sabedoria e cultura é uma abominação para Deus”, declarou.
A Igreja Anglicana da Nigéria disse que continuará apoiando os anglicanos conservadores do País de Gales.
“Oramos para que a Igreja de Deus no País de Gales se levante e que os fiéis entre eles permaneçam fortes. Nós, a Igreja da Nigéria estaremos com eles”, garantiu Ndukuba.
Em 2021, a Igreja Anglicana do País de Gales passou a permitir as bênçãos para uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Igreja africana posicionada
Em 2023, pastores anglicanos da África contestaram a decisão da Igreja da Inglaterra de permitir que o clero abençoe os casamentos de casais do mesmo sexo.
A votação do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra em fevereiro de 2023, permitiu orações e liturgias em casamentos civis LGBTQ.
A Igreja inglesa se juntou à Igreja Episcopal da América, à Igreja Anglicana do Canadá, à Igreja do País de Gales, à Igreja Episcopal Escocesa, à Igreja Episcopal do Brasil e a algumas outras congregações que concordam com o reconhecimento de todos os casamentos civis.
Porém, os bispos de Uganda, Quênia e Nigéria rejeitaram a decisão de abençoar as uniões LGBT por serem contrárias ao ensino da Bíblia.