Um grupo armado com pedaços de pau invadiu uma casa de oração na cidade de Padang, na Indonésia, durante uma aula de escola bíblica dominical, deixando duas crianças feridas e causando prejuízos materiais.
O ataque ocorreu enquanto cerca de 30 crianças e seus pais participavam do estudo. De acordo com testemunhas, os invasores entraram gritando para que os cristãos saíssem. No entanto, antes que todos conseguissem escapar, os extremistas começaram a destruir janelas, cadeiras e equipamentos, ferindo duas crianças de 8 e 11 anos.
Além dos ferimentos e do trauma causado, o ataque interrompeu o fornecimento de energia elétrica da igreja. Segundo o pastor F. Datchi, responsável pelo local, o espaço não funciona como uma igreja tradicional, mas como um ponto de oração e escola bíblica para crianças cristãs da comunidade.
O projeto foi iniciado para suprir a ausência de professores cristãos nas escolas públicas, o que impedia que estudantes que seguiam Jesus aprendessem sobre o cristianismo na escola.
A esposa do pastor, Linda, relatou que o momento foi de grande tensão: “Eu quase perdi meu marido. Ele quase foi esfaqueado, mas, graças à proteção de Deus, alguém interveio e parou o agressor”, afirmou ela à Portas Abertas.
A polícia local agiu rapidamente, prendendo nove suspeitos. Segundo o delegado responsável pelo caso, outros envolvidos ainda podem ser identificados e detidos conforme as investigações avançam.
Agora, parceiros da missão Portas Abertas que atuam na Indonésia buscam maneiras de apoiar os cristãos locais, incluindo as crianças afetadas pelo ataque:
“Ore pela cura física e emocional do pastor, das crianças e das famílias afetadas pelo ataque. Peça por justiça nesse caso de violência contra os cristãos de Padang. Clame por paz e proteção para as casas de oração e igrejas da Indonésia”.
A perseguição aos cristãos na Indonésia
Conforme a Portas Abertas, muitos convertidos do islã na Indonésia enfrentam forte pressão familiar após decidirem seguir a fé cristã.
Embora a intensidade varie de acordo com a região e o contexto familiar, é comum que essa perseguição se manifeste por meio de isolamento social e abuso verbal. Em menor escala, há também casos de violência física.
Quando possível, alguns cristãos optam por se mudar e se escondem na tendência geral de urbanização crescente, buscando viver sua fé com maior discrição.
O nível de perseguição varia significativamente conforme a região. Em áreas consideradas pontos críticos, como Java Ocidental e Aceh, grupos islâmicos radicais exercem forte influência na sociedade e na política. Nessas localidades, igrejas — especialmente as de perfil evangélico ou pentecostal — são frequentemente vistas como proselitistas e logo enfrentam hostilidade por parte desses grupos.
Além disso, dependendo da região, igrejas não tradicionais enfrentam dificuldades para obter permissão de funcionamento ou enfrentam oposição ao se reunirem em casas.
Mesmo que consigam cumprir todos os requisitos legais (incluindo vencer processos judiciais), as autoridades locais muitas vezes ainda os ignoram. Muitas vezes, os cristãos têm que esperar décadas até que finalmente possam construir uma igreja e se reunir.
Apesar de a perseguição permanecer intensa, o relatório da Lista Mundial da Perseguição 2025 indica que, pelo terceiro ano consecutivo, nenhum cristão foi morto por causa da fé. No entanto, a violência permaneceu em um nível extremamente alto.
